A permuta financeira

Publicado em 06 de abril de 2008

Já há algum tempo, o mercado imobiliário apresenta-se reaquecido e, ao contrário da maioria de outros segmentos, apresenta uma série de boas oportunidades para clientes e investidores em geral, uma vez que o estímulo vem ocorrendo devido ao controle da inflação, a queda de juros e, principalmente, ao crescimento da economia, como vem sendo amplamente noticiado nos meios de comunicação, e que dá segurança ao mercado pelo aumento do poder de compra do brasileiro.

Com a valorização dos imóveis, as empresas procuram cada vez mais diversificar suas formas de abordagem e ampliar seus investimentos para não perder a chance de realizar boas vendas neste momento tão favorável, sendo assim, muitas empresas do mercado imobiliário estão usando de um recurso que não era tão usual há alguns anos, a permuta financeira.

Através desta modalidade de negociação, as empresas ganham mais flexibilidade na gerência de seus negócios, sendo essencial nos negócios deste porte, já que um pagamento sem a consolidação do negócio pode trazer sérios riscos aos investidores ou dificultar a consolidação do investimento.

O modelo tradicional de permuta é o de permuta física, que se baseia no princípio de destinação de uma porcentagem física pré- estabelecida do imóvel a ser construído ao dono do terreno, ou seja, em troca do lote onde será erguido o empreendimento imobiliário, o proprietário recebe como pagamento um determinado número de unidades que serão construídas.

No caso da permuta financeira, as empresas repassam aos antigos donos do terreno uma porcentagem sobre o valor das vendas após pagar uma entrada, possibilitando, assim, uma flexibilidade operacional, já que o tamanho, número e valor dos futuros imóveis podem ser alterados sem pormenores. Além disso, riscos na demora da venda são compartilhados pelo antigo e novo proprietário do terreno.

A empresa que vem mais aderindo a tal prática é a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) que, no ano passado, mais de 85% de seus investimentos (que superaram os R$ 2 bilhões) foram em permutas. Mesmo com um bom desempenho no mercado, um ano após abrir seu capital para investidores a empresa conta com R$ 313 milhões em caixa e R$ 58 milhões em dívidas, suas ações vem apresentando baixa, tendo a empresa atribuído isso aos boatos no mercado de que as permutas estão sendo mais escassas atualmente, mas a empresa continua fechando bons negócios.

De qualquer forma, a permuta financeira tornou-se mais uma opção para investidores, que não devem perder o bom momento do mercado imobiliário, afinal, as permutas dão a chance de um investimento inicial não tão elevado, e nunca é demais lembrar que, apesar da situação atual não deter características que lhe atribuam aspecto de bolha, chances de bons negócios nunca devem ser menosprezados.

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