Inspeção predial (2ª parte)

O sequenciamento das atividades de inspeção predial resulta na necessidade de disponibilidade de tempo para as vistorias periódicas, cuja tarefa deve ser desempenhada por pessoa ligada ao condomínio, que deve estabelecer uma rotina de circulação por pontos específicos da edificação, permitindo aferir as exigências listadas.

Recomenda-se ainda preparação, por parte de um profissional especializado, que preste consultoria ao condomínio nas questões ligadas a inspeção e manutenção, a criação de um formulário próprio, preferencialmente de manuseio didático, onde serão feitas as ocorrências e anotadas as observações realizadas. O ideal é estabelecer uma seqüência lógica, começando pela parte mais alta do edifício, preferencialmente pelas caixas d’água onde as tampas de vedação não podem estar corridas, as bordas de contenção devem estar em perfeitas condições e caso de fundo em bom estado, enquanto os barriletes devem estar bem vedados, não sendo registrados gotejamentos próximos aos registros. As lajes de cobertura podem apresentar problemas de impermeabilização, especialmente quando ocorrem formação de poças, manchas, rachaduras e descolamento do revestimento. Também os pára-raios merecem constante observação, onde os cabos metálicos devem estar sempre presos ao isolador e não podem haver sinais de ruptura. Na sala de máquinas não podem haver infiltrações ou poças de óleo no chão.

A etapa seguinte inclui o corpo do edifício, cujas visitas devem incluir passagem pelos diversos andares, iniciando-se pelo sistema de prevenção a incêndios, cujas portas corta-fogo devem apresentar bom fechamento, não devem estar obstruídas, não podendo ter calços para impedir seu fechamento. Nos extintores deve-se observar se não houve despressurização, o que é feito pela leitura do manômetro, lembrando que os recarregamentos devem ser feitos por empresa especializada.

As mangueiras de incêndio devem estar enroladas corretamente, verificando se estão em bom funcionamento, sem furos ou desgastes, não podendo guardar água em seu interior e lembrando que o registro do barrilete de incêndio deve estar sempre aberto.

a parte hidráulica fica sempre a observação quanto às infiltrações, facilmente detectáveis pelos sinais característicos de umidade, além do registro constante de qualquer sintoma referente a fissuras, trincas e rachaduras, enquanto a iluminação de emergência deve ser testada com freqüência.

O sistema elétrico merece atenção quanto à contaminação dos cabos, cuja manifestação se mostra pela umidade e deformação, enquanto a percepção de sobrecarga afeta o sistema de disjuntores. Nos elevadores as recomendações se voltam para trancos, trepidações, paradas fora do andar e partidas com a porta aberta.

No pavimento térreo, onde exista área de lazer, os aparelhos e equipamentos devem estar sempre bem fixados, enquanto as piscinas necessitam controle semanal do ph, com escovação e aspiração semanal, lembrando que não devem ser esvaziadas, pois correm o risco de trincar. Na garagem, fica a recomendação quanto à umidade e observação da tubulação aparente, lembrando do risco do aparecimento de cupins, devido à proximidade com o solo.

Em uma analogia simples, podemos comparar essas observações periódicas ao comportamento de uma mãe em relação a uma criança, pois, assim como uma criança reclama em estado febril, também o edifício apresenta seus sinais de alerta, seja na forma de trincas, infiltrações ou outro tipo de comportamento incomum.

Nessas ocasiões, da mesma forma que uma mãe diligente leva a criança ao pediatra, também o síndico deve procurar o profissional especialista em inspeção predial, pois somente ele poderá identificar a patologia, diagnosticar o problema e indicar a terapia correta para sanar o problema.

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